Danielbiologo's Blog

Como nus sentimos ….

Como nus sentimos? O termo/pergunta ainda não é conhecido por todos. A “sensação” de todos os “mais frágeis” que compõe o trânsito é essa. Pedestres, Ciclistas e Cadeirantes se sentem “pelados” de segurança ao utilizar a rua, principalmente pelo extremo mal e mau uso dos automotores, seguidos de um profundo desrespeito à Qualidade de Vida de todos, seja pela falta de opção de modais de transporte ou pela priorização do transporte individual motorizado (carro). O fato é que as cidades estão se tornando, aliás já se tornaram, quase inabitáveis para as pessoas, 60% do espaço urbano (em média) das cidades é em função e para os carros, não bastasse esse espaço todo ainda são responsáveis por boa parte, em algumas cidades por toda a poluição do ar que respiramos.

Coloco o texto original e o publicado que após passar pelos revisores do periódico e sofrer algumas “correções”, a frase ” como nus sentimos” foi modificada para “como nos sentimos”,  provavelmente por que o revisor não conhecia o seu significado….

Carta publicada no Diário Catarinense do dia 16/03/2011;

Pedalada Pelada, Como nus sentimos, Bicicletada pelada ……

Pode parecer difícil e incoerente a associação do nu ao ato de pedalar, mas aqueles que pedalam todos os dias em qualquer metrópole do mundo conseguem captar com facilidade a mensagem que pretendemos passar.

Enquanto os motoristas se sentem “protegidos” dentro das suas carruagens de metal, os ciclistas estão nus, sem nenhuma proteção, dependendo apenas da vontade dos motoristas em protegê-los ou não.

Chega a ser discrepante e incoerente a absurda quantia que a indústria automobilística investe para garantir a segurança dos seus clientes, sem importar a velocidade que eles se encontrem, criando verdadeiros tanques de guerra urbanos, onde quem está dentro está protegido, já quem vive fora da bolha…

Enquanto alguns comerciais automotivos exaltam e estimulam a velocidade de seus carros, pedestres e ciclistas perdem a vida diariamente em acidentes de trânsito, que só em São Paulo ceifam a vida de 1500 pessoas por ano. Desses apenas 18% dos mortos são motoristas e passageiros.

Pedalar nu é um ato de protesto que busca chamar a atenção da fragilidade do ciclista no trânsito, além de motivar a sociedade a debater o mal uso do carro nos centros urbanos. Esse ato é realizado anualmente em várias cidades ao redor do mundo na manifestação batizada como WNBR (World Naked Bike Ride). A história começou em Zaragoza na Espanha em 2002 e hoje acontece em mais de 200 cidades pelo mundo.

Retirado de: http://www.ciclobr.com.br/

Acostamentos…prioridades erradas….

Mais uma vez, prioridades erradas

Nas ruas de Floripa observo inúmeros carros sobre os passeios, ciclofaixas e algumas vezes inclusive dentro de ciclovia (das poucas que existem). As ruas “dominadas” por carros e que sempre causam transtornos e risco aos Pedestres e Ciclistas. O que dizer então das pessoas que tem alguma dificuldade de caminhar e os cadeirantes?

O trecho específico na SC-401, que tem congestionamentos enormes pelo excesso de carros nas ruas, é muito utilizado por Pedestres e Ciclistas, sendo assim constante o trânsito destes pelo acostamento. Normalmente já é “arriscado” pelo excesso de velocidade que os motorizados insistem em imprimir aqui e, agora fica muito pior quando liberam o acostamento que não é pista de rolamento, para os automotores transitarem em detrimento de Pedestres e Ciclistas, que não causam os congestionamentos, não poluem e não estragam os “caminhos”. Por que então são eles que tem que ser prejudicados em seu deslocamento? Não podemos continuar a priorizar o transporte individual motorizado, sempre em detrimento da vida!

Carta encaminhada por ciclista e cidadão;

Mensagem enviada em 03/01/2011
” Gostaria de informações acerca de um problema indagado por um colega praticante do ciclismo como eu e mais milhares que fazem da bike como seu meu de locomoção, este colega alertou-me sobre a liberação do trafego de veiculos no acostamento da SC 401, mas me pergunto se a Rodoviária Estadual de SC tem competência(legal) para alterar o CTB, pois o art 193 do referido código é claro com relação a pratica deste ato: “Art. 193. Transitar com o veículo em calçadas, passeios, passarelas, ciclovias, ciclofaixas, ilhas, refúgios, ajardinamentos, canteiros centrais e divisores de pista de rolamento, acostamentos, marcas de canalização, gramados e jardins públicos:” Infração – gravíssima; Penalidade – multa (três vezes). Não acredito que o comandante do Batalhão de Policia Rodoviária Estadual de SC, esteja prevaricando quanto a liberação do uso do acostamento para trafego de veiculos automotores, mas questionarei a legalidade do ato junto MPSC para que as medidas necessarias para sanar este absurdo que bota em risco a vida de diversas pessoas cesse.”

outra frase;

“…passo quase todo os dias de bike pelo trecho e agora com a liberação do acostamento para os carros, não tenho como pedalar com um mínimo se segurança….”

A cultura do automóvel e a construção de uma sociedade mais justa

Posted in Meio Ambiente, Textos Diversos Recebidos by danielbiologo on 22 de setembro de 2010

Em 22 de setembro, o Dia Mundial Sem Carro é celebrado por associações civis, grupos políticos, sindicatos e ativistas em cidades de todo o planeta.

Hoje, 22 de setembro, o Dia Mundial Sem Carro é celebrado por associações civis, grupos políticos, sindicatos e ativistas em cidades de todo o planeta. Trata-se de uma data em que se propõe a reflexão sobre o uso do automóvel e se questiona a priorização do transporte individual privado em detrimento dos sistemas públicos coletivos e/ou alternativos.

É fácil listar os impactos sociais e ambientais provocados por tal opção nas cidades brasileiras. Em vez de ampliar a rede de metrôs ou investir na melhoria do transporte público, as autoridades optam por destinar cada vez mais recursos para ampliação de avenidas e construção de viadutos, tudo para garantir a infraestrutura necessária para tantos carros. Tal lógica não resolve o problema dos congestionamentos. Quanto mais precário é o transporte público e melhor a infraestrutura para os carros, mais gente opta por dirigir; não é à toa que é cada vez mais grave imobilidade das principais capitais do país. Tal lógica só beneficia grandes construtoras e outros grupos que tem tido importante papel no financiamento de campanhas de políticos dos mais variados partidos e bandeiras políticas.

Além de ineficaz, insistir em asfaltar cada vez mais a cidade é também perigoso e insustentável. Ao aumentar a superfície permeável, amplia-se também a quantidade de enchentes e o risco para quem mora em áreas vulneráveis. Sem falar que, para tantos carros utilizarem o sistema, é preciso aumentar mais e mais a velocidade. Ignora-se o número indecente e a gravidade dos acidentes de trânsito (e o impacto de tal aumento nos índices nos sistemas de saúde público e previdenciário) em prol do fluxo. De novo, quem não tem dinheiro para utilizar um carro, vive cada vez mais ameaçado. As cidades são hostis para pedestres e ciclistas, cadeirantes, crianças e idosos.

Falar da poluição provocada por tantos carros circulando é quase covardia. A estimativa de Gustavo Faibischew Prado, professor de pneumologia do Hospital das Clínicas e um dos principais especialistas no assunto do Instituto do Coração (Incor), é de que nada menos do que dez pessoas morrem por dia por problemas diretamente atribuíveis a poluição em São Paulo. De novo, o impacto é sobre quem mais deveria ser tratado com cuidado e atenção: os mais atingidos pela péssima qualidade do ar são crianças, idosos e pessoas com a saúde já fragilizada.

Cúmplices

É claro que não será de uma hora para outra que tal lógica será abandonada. Não dá para de repente simplesmente fechar as montadoras e desativar toda cadeia produtiva deixando milhares, talvez milhões, sem emprego ou perspectivas. Definir, porém, que as mudanças são necessárias e começar a trabalhar por elas deveria ser prioridade para o país – e isso nada tem a ver com medidas como a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de automóveis, recentemente adotada.

A pressão da sociedade civil pode ser decisiva para dar início às mudanças. Optar por utilizar menos o automóvel, escolher o transporte público sempre que possível e considerar alternativas como a bicicleta estão relacionadas a esta resistência. E o Dia Mundial Sem Carro pode ser uma data chave para que tais transformações aconteçam.

Já existem articulações por avanços. Algumas como o Movimento Passe Livre (MPL) ou as Massas Críticas, como caráter abertamente anarquista. Outras com viés mais institucional, formadas como representação da sociedade civil, como a Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo. Ninguém está satisfeito em ficar horas parado no trânsito – seja sozinho em um carrão confortável, seja socado em um ônibus com mais 50 cotovelos ao redor. As transformações acontecerão, tem que acontecer.

Mas que ninguém se iluda. Há interesses e alianças poderosas que oferecerão toda resistência possível à construção de uma sociedade mais sustentável. Nas palavras da doutora em Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo e ex-secretária de Habitação e Desenvolvimento da cidade, Erminia Maricato:

“A indústria do automóvel não envolve apenas a produção de carros (incluindo aí a exploração de minérios, a metalurgia, a indústria de autopeças e os serviços mecânicos de manutenção dos veículos) e as obras de infraestrutura destinadas à sua circulação. Somentes nos processos citados já teríamos o envolvimento de forte movimento econômico e, portanto, de significativo poder político. Mas a rede de negócios e interesses em torno do automóvel vai bem mais longe, envolvendo inclusive o coração da política energética, estratégica para qualquer projeto de poder nacionalista ou imperialista. Exploração, refinamento e comercialização do petróleo, com as extensas e significativas redes de distribuição constituem, na verdade, a parte mais importante na disputa por poder no mundo. (…) O capitalismo tem necessidade da expansão ilimitada. É de Karl Marx a demonstração da tese de que não é o consumo que determina a produção mas o inverso, a produção é que determina o consumo no modo de produção capitalista. (…) Produção pela produção e consumo pelo consumo. Uma vasta máquina de propaganda acompanha a indústria do automóvel. A construção de toda uma cultura e de um universo simbólico relacionados à ideologia do automóvel ocupa cada poro da existência urbana. (…) Ao comprar um automóvel, o consumidor não adquire apenas um meio para se locomover, mas também masculinidade, potência, aventura, poder, segurança, velocidade, charme, entre outros atributos”*.

É hora de resistir.

Daniel Santini é jornalista e autor do blog OutrasVias (http://outrasvias.com.br), do portal ((O))Eco (http://www.oeco.com.br/)

* Em artigo publicado na edição sobre A cultura do Automóvel da revista Ciência&Ambiente, da Universidade de Santa Maria.

Morte da educação(?)

Posted in Meio Ambiente by danielbiologo on 13 de setembro de 2010

Como entender, que motoristas sabendo e vendo as diversas placas informando a proibição do estacionamento para orientar o trânsito e evitar congestionamentos nas vias urbanas, estacionam assim mesmo? Na rua que passa ao lado do shopping Iguatemi em Floripa o absurdo se tornou normal, a irresponsabilidade e o risco de  sinistros de trânsito está sendo aceita pela população. E com certeza não é falta de dinheiro pois quem tem carro, tem dinheiro, ainda mais se vai ao shopping. O que mais “assusta” é que o shopping tem vagas cobertas e seguras mas, os MALtoristas acreditam, e até com certa razão, na impunidade de poder estacionar em locais proibidos e que pelo baixo valor das multas, “correr o risco” vale a pena (?).

A linha vermelha mostra o local que diariamente é DESRESPEITADO por uma grande parcela de MALtoristas.

A rua de três faixas que deveria “desafogar” o trânsito na região, não consegue cumprir seu papel pois acaba sendo transformada em via simples pelo absurdo número de carros estacionados irregularmente.

Me perguntam o que tenho a ver com isto, respondo TUDO! Porque Eu que sigo as regras, tenho que ser “punido” e impedido de prosseguir meu caminho (seja a pé, de Bicicleta e até de carro) pelo individualismo egoísta dessa parcela de cidadãos irresponsáveis que transformaram a cidade em um caos total ! Ainda tenho que ficar escutando que no Brasil há uma indústria de multas, sendo que temos sim é uma fábrica de infratores. A rua é de todos e cada um deve fazer e cumprir seu papel, respeitando as regras de circulação e, é com certeza que afirmo que assim sendo, todos saem ganhando!

Alguns exemplos ao longo do ano ilustram bem o individualismo dos motoristas florianopolitanos e alguns outros, desrespeitando toda e qualquer regra de trânsito, do bom senso e da civilidade. O local é proibido e mesmo assim são colocados cones, mas o MALtorista retira o cone e estaciona, estacionam no meio do caminho, sobre a faixa de pedestres e pronto, nada acontece (?), é preciso  multas que se façam sentir no bolso pois só assim conseguiremos educar esta parcela de “desordeiros”, verdadeiros causadores dos congestionamentos que assolam Floripa. Inclusive pessoas pobres, muito pobres de espírito, e seus carros de luxo estacionam e nada acontece, neste caso a multa nem deve ser “percebida” na conta bancária, afinal o que são menos de R$ 200 para um proprietário de uma Ferrari como no caso da foto acima? As multas devem ser altas e proporcionais ao valor do veículo!!!

“Quem quer viver e fazer parte da Sociedade tem

que seguir as Regras, leia-se; Respeitar as Leis que

visam “regrar” o Convívio e o Bem Estar Coletivo”.

Daniel Costa